"Em espanhol, duende não se refere apenas aqueles espíritos travessos que habitam as casas, mas, aponta sobretudo para um encanto interior difícil de explicar. Um poder misterioso que habita em nós e que transforma qualquer ação banal em uma aventura e faz o sangue correr mais rápido no corpo. 'Os grandes artistas do sul da Espanha, diz o poeta, sejam eles ciganos ou flamencos, quer eles cantem ou dancem ou toquem, sabem que não é possível nenhuma emoção sem a presença de duende.' Este duende de que fala Garcia Lorca não nasce de lugar nenhum fora de nós. Ele brota das nossas entranhas e colore de vermelho as nossas vidas apagadinhas. 'A chegada de duende pressupõe sempre uma mudança radical em todas as formas e derruba por terra os velhos hábitos'. Duende é pura paixão pela vida. O poeta continua: 'O duende ama as fronteiras, as feridas, e se aproxima dos lugares onde as formas se fundem em um anseio superior a suas expressões visíveis'."
__ Adília Belotti
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